A dor lombar é uma das mais comuns e por isso muitas pessoas simplesmente não prestam atenção a ela. Porém, a dor na região lombar pode não apenas limitar a mobilidade de uma pessoa, mas também sinalizar doenças dos órgãos internos da cavidade abdominal. Portanto, se sentir o menor desconforto nas costas, é importante procurar ajuda de um médico que fará um exame e prescreverá um tratamento eficaz.
Tipos de dor
A primeira coisa que interessa ao médico ao examinar um paciente é a intensidade e a frequência da dor. Dependendo da causa, a dor lombar pode ser da seguinte natureza:
subaguda – começa abruptamente e pode durar de 6 a 12 semanas;
agudo – ocorre repentinamente, é caracterizado por alta intensidade, pode durar cerca de 1, 5 meses;
variável (transitório) – ocorre periodicamente;
crônica – pode ter intensidade fraca ou forte, dura de 12 semanas ou mais;
chato;
dolorido;
fraco, intensidade média, forte.
A dor pode variar dependendo da causa. Neste caso, a duração e a intensidade das sensações podem variar. Portanto, ao visitar um médico, é importante descrever seus sentimentos com a maior precisão possível.
Causas comuns de dor lombar
Na região lombar existem os seguintes sistemas que podem causar dor:
Musculoesquelético– a dor geralmente ocorre como resultado de uma lesão na coluna, bem como danos ou tensão nos músculos da região lombar.
Digestivo– a dor na região lombar costuma "disparar", provocada por distúrbios no funcionamento da vesícula biliar, pâncreas, intestinos, fígado e estômago. Isso é observado na gastrite, presença de cálculos nas vias biliares, intoxicação, pancreatite, envenenamento, úlceras estomacais e diversas formas de obstrução.
Nervoso– a dor ocorre devido à formação de hérnia, neuropatia, nervo comprimido, curvatura da coluna, protrusão e processos inflamatórios que ocorrem nas vértebras.
Sexual e urinário– a síndrome da dor se desenvolve se uma pessoa tiver urolitíase, problemas na bexiga e nos rins, lesões nos ovários e no útero de vários tipos.
As doenças mais comuns que causam dor lombar
Curvaturas da coluna (escoliose, cifose)
Nesse caso, a pessoa sente dor quando a doença ocorre nos estágios intermediário e tardio. Via de regra, a síndrome dolorosa se manifesta ao final da jornada de trabalho e pode ser acompanhada de fadiga da musculatura das costas. A síndrome dolorosa se manifesta na forma de espasmos dos músculos periarticulares das extremidades inferiores e superiores, bem como dos músculos da coluna e dos glúteos.
Espondilite anquilosante
É uma doença inflamatória sistêmica, caracterizada pela fusão de vértebras individuais em um todo. Paralelamente, ocorre um acúmulo de cálcio nos ligamentos que estabilizam a coluna vertebral. Isso pode levar à perda completa de mobilidade.
A espondilite anquilosante é acompanhada pelas seguintes dores lombares:
rigidez de movimentos na região lombar;
um forte aumento de intensidade quando uma pessoa fica em repouso por muito tempo.
Doença de urolitíase
As crises se manifestam na forma de fortes dores na região lombar, causadas pelo rim afetado. A dor não passa e não diminui, mesmo que a pessoa mude de posição do corpo. Normalmente, as crises são acompanhadas por uma mudança na cor da urina (fica vermelha) e uma diminuição na sua quantidade.
A síndrome da dor pode resultar de:
processo inflamatório no pâncreas;
obstrução intestinal;
menstruação dolorosa (algomenorreia);
osteomielite;
gravidez;
apendicite.
Osteocondrose da região lombar
Uma das doenças mais comuns, caracterizada pelo afinamento dos discos intervertebrais, que atuam como amortecedores. Isso causa espasmos nos músculos circundantes e irritação das raízes nervosas, o que causa dor intensa. Se a doença for diagnosticada em estágio avançado, provavelmente será acompanhada por uma hérnia de disco, que pressiona a medula espinhal, causando aumento da dor lombar.
A síndrome da dor se intensifica se uma pessoa:
levanta-se da posição deitada ou sentada;
inclina-se para os lados;
tenta deitar de bruços.
Se, como resultado do desenvolvimento da doença, se formar uma hérnia maciça na coluna, a dor na região lombar só se intensificará. Além disso, a síndrome dolorosa pode ser acompanhada de fraqueza ou dormência em uma ou ambas as pernas.
Espondiloartrose
É uma doença distrófica degenerativa do tecido cartilaginoso que cobre os discos intervertebrais. O tecido torna-se mais fino com o tempo, o que leva à sua destruição; osteófitos (crescimentos ósseos específicos) se formam ao redor da lesão. Isso leva a uma diminuição da distância entre as vértebras, um estreitamento do canal espinhal, o que causa irritação nas raízes nervosas e na própria medula espinhal.
A dor na espondiloartrose é da seguinte natureza:
na fase inicial aparece apenas pela manhã, posteriormente torna-se permanente;
aumenta após atividade física (após caminhar, ficar em pé) e diminui após repouso;
pode ser acompanhada de dor na articulação do quadril e na coxa.
A síndrome dolorosa na espondiloartrose se intensifica como resultado de espasmos musculares que estão constantemente sob tensão. Aliviar a dor lombar neste caso é extremamente difícil.
Qual especialista você deve contatar quando sua região lombar doer?
Como os órgãos da cavidade abdominal estão localizados bem próximos uns dos outros, os sintomas da doença podem ser mistos. Além disso, a dor dolorida que está presente por muito tempo pode ser de natureza envolvente. Portanto, antes do tratamento é importante fazer um diagnóstico, um dos especialistas pode encaminhá-lo para exame:
Neurologista– quando o paciente sente dor aguda com "tiro" na coluna, que vem acompanhada de perda parcial de sensibilidade e mobilidade. Quando a dor se intensifica após mudança de posição do corpo ou permanência prolongada em repouso.
Cirurgião ou traumatologista– devido a uma queda, lesão ou prática desportiva intensa.
Nefrologista ou urologista– com micção frequente ou difícil, que é acompanhada de dores na região lombar, bem como se houver dor aguda em um dos lados da região lombar.
Gastroenterologista– quando a síndrome dolorosa é acompanhada por aumento da temperatura corporal, fraqueza e distúrbios do sistema digestivo. Se a dor estiver presente apenas de um lado e for de natureza puxada.
Ginecologista– se a dor for sentida em um ou ambos os lados, pode ser acompanhada de fraqueza geral e intensificar-se durante a atividade física. Quando a dor é sentida durante o ciclo menstrual ou gravidez.
Se a pessoa conhece a causa da dor lombar, não há necessidade de consultar um especialista (atividade física intensa - a dor geralmente desaparece em um ou dois dias). Nos demais casos, deve-se ficar atento a esses sintomas e consultar um médico especializado.
Como diagnosticar dor lombar - métodos de diagnóstico:
Ultrassom– se houver suspeita de doenças dos órgãos pélvicos ou abdominais. Pode ser prescrito até para crianças, mas nem sempre permite ver a verdadeira causa da dor lombar.
Raio X– se o paciente tiver hérnias, lesões, escoliose. Mas este método permite ver apenas o tecido ósseo.
TC– se houver hérnias, neuropatia, saliências, neoplasias ou lesões na coluna vertebral. A tomografia computadorizada é ideal para pacientes com contraindicação para ressonância magnética.
ressonância magnética– as indicações são semelhantes às da TC. O método é altamente preciso e permite examinar os órgãos necessários com o máximo de detalhes possível.
Colonoscopia e gastroscopia– se o paciente for diagnosticado com doenças do aparelho digestivo. Esses exames permitem dar uma boa olhada nos órgãos abdominais e, se necessário, coletar amostras de tecido para análise.
Métodos de tratamento para dor lombar
Os métodos de tratamento da dor lombar são determinados pela causa de sua ocorrência. Quando há distúrbios musculoesqueléticos, podem ser necessários tratamentos não medicamentosos, medicamentosos ou cirúrgicos.
Métodos de tratamento não medicamentoso:
fisioterapia – o curso do tratamento é selecionado individualmente com base nas doenças existentes. É importante realizar regularmente uma série de exercícios para obter o efeito desejado;
fisioterapia – inclui tratamento da lesão com laser, terapia magnética, eletroforese e outros procedimentos;
acupuntura;
massagem terapêutica e restauradora - só pode ser utilizada se o paciente não apresentar agravamento da doença;
terapia manual e trabalho com osteopata.
O tratamento não medicamentoso geralmente é complementado com medicamentos.
Tratamentos medicamentosos
Os AINEs (antiinflamatórios não esteróides) são usados como terapia principal. Os medicamentos são prescritos na forma de injeções intramusculares e intravenosas, comprimidos, pomadas e cremes, além de supositórios e adesivos retais de aplicação tópica.
A dosagem e a duração do tratamento são determinadas pelo médico. O uso descontrolado de medicamentos pode causar efeitos colaterais.
Se tomar AINEs não surtir o efeito desejado, o médico prescreverá corticosteróides (medicamentos hormonais). Tomá-los permite interromper o processo de inflamação e aliviar a dor.
Se um paciente tiver espasmos musculares na região lombar, ele receberá antiespasmódicos. Esses medicamentos podem aliviar espasmos musculares na região lombar e melhorar o bem-estar geral.
Drogas como:
Vitaminas B, que ajudam a melhorar a condução nervosa;
descongestionantes que aliviam o inchaço da raiz pinçada;
drogas sedativas.
Métodos cirúrgicos de tratamento
Se o médico identificar um paciente com indicação de cirurgia, o paciente será submetido à cirurgia. Porém, a cirurgia não é prescrita se o paciente tiver hérnia de disco, pois não é indicação de cirurgia, independente do tamanho. Caso o paciente tenha indicação de retirada de hérnia, tumor ou haja necessidade de alívio da compressão da raiz medular, é realizada intervenção cirúrgica. A decisão sobre a necessidade de realizar qualquer operação é tomada pelo médico individualmente, dependendo das indicações e do estado do paciente.
Prevenção de dores lombares
Atividade física moderada e um estilo de vida saudável são a chave para uma coluna saudável. É importante organizar um local confortável para dormir e monitorar constantemente sua postura. Se você passa muito tempo sentado, precisa se levantar periodicamente e fazer um pequeno aquecimento. Se você não gosta de fazer exercícios, é aconselhável caminhar o máximo possível.
Abandonar os maus hábitos e manter uma alimentação adequada ajudará a prevenir o desenvolvimento de doenças dos órgãos internos. Isto é especialmente importante para pessoas que já foram diagnosticadas com doenças do pâncreas, estômago, rins e fígado. Além disso, você precisa tentar manter a região lombar sempre aquecida. O fato é que o ar frio pode provocar o desenvolvimento de doenças dos órgãos internos e causar inflamação dos nervos.
Se houver necessidade de levantar algum objeto pesado, isso deve ser feito com as pernas, enquanto as costas devem estar retas. Isso transferirá a carga dos músculos da região lombar. E, por fim, não ignore a dor lombar, mesmo que não cause grande desconforto. É melhor ser examinado e iniciar o tratamento em tempo hábil do que lidar com consequências graves.